Opinião: Ao dizer que seleção brasileira “não joga futebol”, Jenni Hermoso atesta que não jogou uma Olimpíada; a bola pune e Espanha fica sem medalha

Atitude de má perdedora da atacante espanhola feriu o espírito olímpico após vitória avassaladora da seleção brasileira contra a atual campeã do mundo na semifinal dos jogos de Paris

Reportagem: Artur Alvarez

Duda Sampaio comemora classificação do Brasil para final das Olimpíadas de Paris após jogo histórico contra a Espanha - Crédito: Reprodução/Seleção Brasileira

Ao mesmo tempo a classificação histórica da seleção brasileira feminina de futebol para a final olímpica em Paris marcou um momento solene da participação brasileira nas Olimpíadas, a atitude da atacante espanhola Jenni Hermoso ao final do jogo nesta terça (6) foi um dos momentos mais desprezíveis de todo o torneio.

“Tomamos quatro gols de uma seleção que, na minha opinião, não joga futebol”, disse Jenni Hermoso em entrevista a uma rádio espanhola.

Ao dizer que a seleção brasileira “não joga futebol”, Hermoso atestou que não jogou uma Olimpíada. Desdenhar do adversário de tal forma representa o extremo oposto do espírito olímpico e, mais uma vez no futebol, a animosidade com o adversário se mostrou soberana.

Provocações e demonstrações de descontentamento como a de Hermoso são mais comuns no futebol que em outros esportes, porém o contexto da atitude da espanhola acusou o tamanho de seu erro – não se fala isso em uma Olimpíada. Os jogos olímpicos são a exaltação do esporte acima de tudo, e reconhecer quando é derrotado e ter respeito pelo adversário. A bola pune, e as espanholas ficaram sem medalha (Leia mais abaixo)

Jenni alega que o Brasil praticou antijogo, que não deixamos as espanholas jogarem com nossa fisicalidade e que fizemos cera quando estávamos vencendo. Mas o que de fato aconteceu foi um banho de bola brasileiro para cima das campeãs do mundo, da melhor seleção feminina da atualidade. Até os jornais espanhóis reconheceram, dizendo que o Brasil “fez a Espanha bailar” (As) em uma “derrota traumática” (Sport).

A seleção brasileira feminina fez um dos maiores jogos de sua história e dominou a Espanha do início ao fim do jogo. Com um volume ofensivo assustador e um jogo defensivo indefectível, o 4x2 em Marselha não refletiu o tamanho da superioridade brasileira. Ficou barato.

Zagueira Lauren tem camisa puxada por Jenni Hermoso durante partida pela semifinal das Olimpíadas de Paris - Crédito: Reprodução/Seleção Brasileira

Nem o brasileiro mais otimista esperava, e nem as espanholas em campo esperavam. Tão acostumadas em dominar adversários e tudo ir à sua maneira nos últimos anos –com a hegemonia coroada na última Copa do Mundo, na Austrália, em 2023–, Hermoso redefiniu o termo “mau perdedor”.

Para desespero de Hermoso, nossas meninas também golearam no aspecto comportamental: nem reclamaram dos abissais 18 minutos de acréscimos, completamente injustificados, dados no segundo tempo pela árbitra – escândalo que afligiu nossa seleção pelo segundo jogo seguido, após os 19 minutos acrescidos contra a França.

Esta seleção brasileira feminina das Olimpíadas de Paris, que já igualou o maior feito na modalidade, já é campeã moral e estão de parabéns pela garra, resiliência e determinação.

E para você, Jenni Hermoso, temos a seguinte resposta: imagina se jogássemos futebol.

A bola pune

Hermoso se desculpou e tentou justificar sua fala de cabeça quente e dizer que tem a rainha Marta como inspiração.

Mas, a bola pune. No fim das contas, a Espanha de Jenni Hermoso não conseguiu nem estar no pódio das Olimpíadas de Paris 2024. Perderam para as alemãs por 1x0 com direito a pênalti perdido por Alexia Putellas, duas vezes melhor do mundo, no último lance da partida (zika de brasileiro é grande também).