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Liga Saudita usa fundo bilionário do governo para pagar contratações de estrelas

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    digalafutebol
  • 25 de jul. de 2023
  • 3 min de leitura

Expectativa é conseguir aumentar o rendimento anual da liga; especialistas apontam tentativa de “limpar” imagem do país


Por Vitor L. Senna e Natalia Molinari


A busca pelo ouro agora está no futebol saudita. Reprodução/Redes Sociais

A Liga Saudita tem causado bastante polêmica nos últimos meses por conta das contratações milionárias de jogadores, principalmente do futebol europeu. Prometendo salários inimagináveis, os dirigentes árabes estão atrás de um objetivo maior do que apenas grande visibilidade: querem figurar entre as 5 maiores ligas do mundo.


Outro objetivo do futebol Saudita é aumentar a receita que a liga profissional gera. Segundo reportagem da VEJA, atualmente o rendimento está por volta de R$573 milhões de reais. A expectativa é de que esse número chegue na casa dos R$2 bilhões até 2030.


Nomes como Karim Benzema, Rúben Neves, Edouard Mendy e Marcelo Brozovic já desembarcaram no mundo saudita, e não deve parar por aí. Nos últimos dias o PSG recebeu uma oferta astronômica do Al Hilal pelo francês Kylian Mbappé, o valor seria de 300 milhões de euros (cerca de R$1,5 bilhão).


“[Os jogadores] não vêm só pelo dinheiro. É também por reconhecerem que há algo que irá definir o legado deles e têm a oportunidade de contribuir com algo especial”, afirmou o diretor de futebol da Liga Saudita.


Do outro lado do mundo futebolístico, já existe uma movimentação contrária às grandes contratações e valores gastos pela Liga Saudita. O Presidente da LaLiga, por exemplo, já afirmou que não se faz uma “liga em 48 horas”, em tom de crítica à quantidade de jogadores que estão migrando para o país.


Principais jogadores que foram para a Arábia Saudita nesta janela:

  • Rúben Neves – 55 milhões de euros – Wolverhampton para Al-Hilal

  • Sergej Milinkovic-Savic – 42 milhões de euros – Lazio para Al-Hilal

  • Jota – 29,1 milhões de euros – Celtic para Al-Ittihad

  • Kalidou Koulibaly – 23 milhões de euros – Chelsea para Al-Hilal

  • Seko Fofana – 19 milhões de euros – Lens para Al-Nassr

  • Edouard Mendy – 18,5 milhões de euros – Chelsea para Al-Ahli

  • Marcelo Brozovic – 18 milhões de euros – Internazionale para Al-Nassr

  • Karim Benzema – custo zero – Real Madrid para Al-Ittihad

  • Roberto Firmino – custo zero – Liverpool para Al-Ahli

  • N'Golo Kanté – custo zero – Chelsea para Al-Ittihad


Fundo bilionário financiado pelo governo


Na Arábia Saudita o financiamento dos times de futebol funciona de uma maneira diferente ao modelo europeu. Os times não têm donos específicos e no final das contas acabam sendo administrados pelo próprio governo Saudita. Para comandar os clubes são eleitos presidentes que ficam por um mandato.


O Fundo de Investimento Público é quem acaba financiando todas essas contratações e os salários exorbitantes de jogadores como Karim Benzema. Estima-se que esses contratos possam ultrapassar US$1 bilhão (R$4,94 bilhões) para pagar o salário de cerca de 20 jogadores estrangeiros.


O atacante português Cristiano Ronaldo foi o primeiro jogador a aceitar este “projeto” árabe ao ser contratado pelo Al-Nassr, depois da Copa do Mundo de 2022, com um salário estimado em US$200 milhões por temporada. Por conta da sua chegada, a liga saudita estuda fazer com que outros clubes também tenham seus “ícones do futebol”.


Essa iniciativa de valorizar o futebol nacional é interpretada por analistas como "Sportswashing". A prática consiste em utilizar o esporte mais popular do planeta para melhorar a imagem do país em cenário internacional. A Arábia Saudita tem um longo histórico de desrespeito aos direitos humanos e perseguição religiosa.


A UEFA, até o momento, apenas declarou que estuda impor um teto de gastos com transferências e salários de jogadores.



E o Fair Play Financeiro?


O ponta-esquerda francês Allan Saint-Maximin, atualmente no Newcastle, pode se tornar o mais novo reforço do Al Ahli. O clube estaria disposto a investir 30 milhões de libras, (aproximadamente R$185 milhões), por um contrato de três anos.


Saint-Maximin é o escolhido para fazer o dinheiro rodar entre os times que têm o mesmo dono. Isso porque o Al Ahli é um dos times sauditas controlado pelo governo, que tem domínio de 75% da instituição através do PIF (Fundo de Público de Investimento da Arábia Saudita) e, coincidentemente, o PIF também é dono de 80% do Newcastle.


Ou seja: haveria uma compra e venda de jogador para clubes do mesmo dono, assim a estratégia seria transferir dinheiro de forma legal e sem infringir o Fair Play Financeiro. Vale ressaltar que essa transferência tem chamado bastante atenção no Reino Unido e pode ser investigada mais a fundo.





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